E se falássemos de sofrimento de trabalho, de autoridade e autoritarismo...
Sentia-se como encurralado, esmagado simplesmente pela necessidade de continuar a viver. Ansiava pelo descanso de uma noite bem dormida, do sabor dos prazeres simples da vida, do entusiasmo proporcionado pela satisfação das tarefas acabadas. Os familiares e amigos falavam de esgotamento, o médico de família ousou a palavra depressão e a prescrição de uns antidepressivos que nem sequer chegou a comprar. Tudo se tornava tão penoso, ir trabalhar era um calvário, em que se sofria passivamente os pequenos autoritarismos dos superiores e de alguns colegas, pequenos terroristas e oportunistas que se posicionam em profissionais exemplares, com opiniões e recomendações sobre qualquer assunto ou problema. Tudo era constrangimento, enfado nas oito horas passadas a ouvir o ruído constante dos outros a maldizer, a falar altivamente das pessoas, do que tinham, do que queriam ter, do que iam fazer… Despejavam na promiscuidade coletiva, as dimensões mais prosaicas do dia-a-dia, não desc