Fale-me de mediação familiar:



A mediação familiar é um processo que promove a comunicação construtiva, através de um profissional da comunicação e da gestão de conflitos, quando nas situações de conflito em que os desacordos induziram um beco sem saída relacional e falar se torna impossível.


A mediação familiar é uma possibilidade de comunicação, de escuta de diálogo e de procura de soluções centradas na necessidade de continuar a ser pais e de gerir de forma partilhada e positiva as necessidades dos filhos.

Esclarecer os seus próprios conflitos, estar mais apto a distanciar-se dos mesmos, é uma tarefa árdua em que é necessário renunciar às certezas, adoptar uma linguagem aceitável para o outro, descobrir outras formas de ser mais livre e responsável na relação a si próprio, na sua função enquanto pai e mãe que passa essencialmente pelo papel e pela importância do outro progenitor(a) na vida dos filhos.

As sessões de mediação podem decorrer entre 1h30 e 2 horas.
Por vezes são necessárias várias sessões e poucos dispõem de tempo e recursos para recorrer ao serviço de mediadores.
Existe um serviço público de mediação mas que permanece enquadrado e silenciado no Ministério da Justiça, mais  centrado, ao longo das diferentes legislaturas, em utilisar a mediação como uma pseudo medida politica para paliar aos seus disfuncionamentos (morosidade, custo..) do que realmente em promover a mediação enquanto serviço de exercício responsável da cidadania e da parentalidade.
A mediação continua ignorada dos que dela necessitam, distante e até cara, já que não contemplada pelo apoio jurídico.
As pessoas continuam sem dispor de um espaço acessível para definir os seus projectos enquanto pais após uma separação quando não conseguem distanciar-se de conflitos relacionados com as dimensões da conjugalidade....

A sensibilização e a informação relativamente à mediação familiar já se tornou obrigatória em alguns países (Canada). 
Quando as pessoas se encontram demasiado atoladas nos seus conflitos, escaldando os seus filhos com as projecções dos seus conflitos, a lei deveria tal como no código da estrada, colocar algumas medidas de segurança e protecção.
Enquanto a mediação for concebida como um sucedâneo "light" ligado e ao serviço do sistema judicial (o extra é um eufemismo) que não consegue desempenhar o seu papel de regulador, continuará descredibilizada pelos operadores do sistema e distante das reais necessidades das pessoas e dos pais, confundidos no desafio que impõem as transformações da parentalidade e a educação dos filhos na sociedade contemporânea.

Para mais informação contate: associação a.forum.mediacao@gmail.com








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